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Kamilla Nunes

Subsolo

Projeto Sala Expositiva: Esconde Esconde

Projeto Sala Expositiva

A pequena exposição entitulada Esconde Esconde, da artista Kamila Nunes abre o Projeto Sala Expositiva. A mostra, que vai ocupar uma das salas do subsolo da galeria, exibe a mais recente pesquisa, que resultou na série que deu nome à exposição de nossa artista representada.

A nossa ideia para este projeto é convidar um artista representado pela galeria para apresentar sua pesquisa recente. numa pequena exposição em uma das salas de nosso subsolo. Para a estreia, a artista convidada vai exibir pinturas sobre tela e papel, além de esculturas em cerâmica.

Esconde Esconde – Kamilla Nunes

Em um mundo cada vez mais vigiado, volta e meia nos deparamos com o excesso de exposição, de imagens sólidas, de sorrisos planejados e de falsas alegrias. Do excesso surge o desejo de fundar um lugar arquitetônico para a palavra, um escape e, ao mesmo tempo, um esconderijo. Escapar para esconder, esconder para arquitetar, arquitetar para criar um lugar de trégua, esculpir um cessar-fogo.

Nesse processo de criar espaços para se esconder, tentei tornar esse “se” ainda mais visível. Quando escondemos algo com o objetivo de revelar, provocamos uma resposta na imaginação do público, porque as coisas esquecidas parecem querer nos dizer, nos comunicar. Estamos acostumadas/os a olhar para uma obra e se perguntar: O que a/o artista quis dizer? O que essa obra apresenta aos nossos sentidos? Como essa/e artista evidencia determinada coisa? Ao passo que poderíamos contornar e distorcer essas perguntas, desviar ou atravessar a superfície para que possamos nos reposicionar e tornar a perguntar: O que se quis esconder aqui? O que essa obra é capaz de fazer desaparecer?

A prática artística acontece no sob, ou no sub, como diria Hélio Oiticica. Esse fazer, ora ordenado ora descompassado, que não cessa e, quando cessa, retorna, e quando retorna já está situado por trás, e se mostra como sombra, como vestígio, como algo que é improvável, não é definível, no sentido de que nem sempre revela, ou quando revela, nem sempre é algo que esteve escondido, mas escancarado. Porque essa é outra forma de esconder alguma coisa, deixando à vista: nem encoberta, nem camuflada, mas exposta, inesperadamente e totalmente à mostra.

O que me interessa nesses procedimentos, no fim das contas, é a ilusão, a farsa e a falta. Essas questões reunidas e remexidas foram rebatidas em mim com uma pergunta que parece simples na sua formulação, mas criou um estrondo na paisagem interna deste meu corpo de apenas um metro e meio: o excesso é a máscara da falta? Peguei meu caderno e anotei para não esquecer, nem esconder. A pergunta virou desenho, que virou pintura sobre uns sacos de papel, que virou projeto de performance, que se virou sobre a cabeça de outras pessoas, pessoas-sacos-de-papel-perguntas-andantes. E no meio disso tudo fica aqui uma tentativa de se variar de várias, de encontrar caminhos por onde dizer que duas palavras se desencontram no infinito, um trabalho feito com Aline Natureza, que tem como referência  um princípio básico do desenho, aquele que nos ensina que duas retas paralelas se encontram no infinito – um infinito que é, obviamente, ficção.

O que une esta pesquisa é, portanto, o jogo. Esconde-Esconde é uma tentativa de criar espaços, sejam eles abstratos, escultóricos, psicológicos, pictóricos, gráficos ou performáticos. Um jogo de cores, de linhas, de blocos, de palavras ora aparentes e ora imperceptíveis. Nesse momento do jogo, estou terminando a contagem e logo avisarei, em voz alta, que estou à procura desses outros — que são vocês —, ali escondidas/os, esperando o momento exato de correr para a base e gritar “seu nome 1, 2, 3”. No fim das contas, mais cedo ou mais tarde, nos arriscamos correndo para “o bate”, para que o jogo possa, então, recomeçar.

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Florianópolis – SC

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